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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sequência Didática texto "Pausa" (Moacyr Scliar) elaborada durante o encontro presencial

Situação de Aprendizagem
“A PAUSA” (Moacyr Scliar)
Publico alvo: 9ºano
Tempo previsto: 8 aulas


CONTEÚDO E TEMAS: elementos da narrativa: personagem, tempo e espaço; vocabulário, expressões enredo e foco narrativo; tipos de discurso.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: antecipação de conhecimento; realizar inferências e levantar hipóteses; identificar características do gênero; identificar os elementos da narrativa.

ESTRATÉGIAS: Ativação dos conhecimentos prévios dos alunos com relação ao gênero narrativa; leitura e interpretação dos textos; leitura compartilhada e estudo das características narrativas e os seus elementos, relacionar música textos e imagens.

RECURSOS: Cópia dos textos e das atividades; dicionário, o uso de data show para reprodução da estrutura textual e seus elementos, aparelho de som, sites.

AVALIAÇÃO: Participação oral dos alunos na análise do texto, contínua; produção de uma narrativa sobre o texto.


TEXTO – PAUSA (MOACYR SCLIAR)



1.    SONDAGEM INICIAL
·         O que o título sugere?
·         Você já sentiu vontade de fugir de alguma situação cotidiana?
·         O quê?
·         Por quê?
·         Para onde sua imaginação o levou?
·         Se fosse real, que atitude tomaria?


 






 


 






2.    SOBRE O AUTOR
·         Já ouviu falar sobre Moacyr Scliar?
·         O que sabe sobre ele e suas obras?
·         Levá-los a fazer uma pesquisa (Uso da Sala de Informática).
·         A que gênero pertence?




3.    LEITURA SILENCIOSA E COMPARTILHADA
 PAUSA

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro. Fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
            —Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
            —Todos os domingos tu sais cedo – observou a mulher com azedume na voz.
            —Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
            —Por que não vens almoçar?
            —Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse a carga, Samuel pegou o chapéu:
            —Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
            —Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
            —Estou com pressa, seu Raul – atalhou Samuel.
            — Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
            —Aqui, meu bem! – uma gritou, e riu: um cacarejo curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta a chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho: a um canto, uma bacia cheia d’água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a move-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido. 
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por um índio montado o cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhando de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, levou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.
Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
            — Já vai, seu Isidoro?
            —Já – disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
            —Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o gerente.
            —Não sei se virei – respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caia.
            —O senhor diz isto, mas volta sempre – observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo dos cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.


4.    VOCABULÁRIO
·         Grifar as palavras desconhecidas no texto.
 5.    LEITURA DE IMAGENS
·         Jornaleiro;
·         Relógio de Corda;
·         Guindaste;
·         Cais;
·         Bacia de se lavar.







6.    INTERPRETAÇÃO E ENTENDIMENTO DE TEXTO

7.    INTERTEXTUALIDADE
Música: COTIDIANO - (Caetano e Chico)


Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.
Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.
Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.
Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.
Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.






 
 8. RELATO DESCRITIVO (ESTRUTURA)

 9.    TIPOS DE DISCURSO
·         Relacione o texto com o seu cotidiano.
·         O que você faz de diferente no domingo?


10.  QUESTÕES

1.    Ao ler o texto, qual a sua impressão em relação ao título “Pausa”?
2.    Por que você acha que Samuel saía todos os domingos de casa?
3.    “Isidoro” e “Samuel” eram a mesma pessoa? Justifique sua resposta extraindo trechos do texto?
4.    Em sua opinião, qual a intenção de Samuel ao refugiar-se em um hotel pequeno e sujo?
5.    “O senhor diz isto, mas volta sempre – observou o homem rindo”. Esta passagem do texto quer dizer que:
(     ) O gerente conhecia Samuel.
(     ) Samuel era um mentiroso.
(     ) Samuel já estivera naquele local por diversas vezes.
(     ) O homem não queria que Samuel voltasse.









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